As festas religiosas dos judeus
Você já se perguntou como eram as festas religiosas dos judeus na época bíblica? Então quais eram os seus significados, origens e rituais? E como elas se relacionam com a história de Israel e com a revelação de Deus? Entretanto, o mais importante: como elas podem nos ensinar algo sobre Jesus e o seu plano de salvação?
Então neste post, vamos explorar essas questões e descobrir algumas curiosidades bíblicas sobre as festas religiosas dos judeus. Portanto vamos ver como elas faziam parte da aliança que Deus estabeleceu com o seu povo e como elas apontavam para o cumprimento dessa aliança em Cristo. Além disso vamos também aprender como elas podem nos inspirar a celebrar a Deus com gratidão, alegria e esperança.
As três grandes festas
A Bíblia nos mostra que Deus ordenou aos judeus que celebrassem sete festas principais ao longo do ano. Elas estão descritas em Levítico 23 e Números 28-29. Entretanto dessas sete, três eram consideradas as mais importantes e exigiam que todo o povo se reunisse em Jerusalém para adorar a Deus no templo. Essas três eram: a Páscoa, o Pentecostes e os Tabernáculos.
A Páscoa
Era a primeira festa do ano e acontecia no mês de Abibe (março-abril). Portanto ela lembrava a libertação dos judeus da escravidão no Egito, quando Deus passou por cima das casas que tinham o sangue de um cordeiro nas portas e poupou os primogênitos de Israel da morte (Êxodo 12). Então a Páscoa era celebrada com um jantar especial, chamado Seder, onde se comia pão sem fermento, ervas amargas, carne de cordeiro e vinho. Enfim, cada elemento tinha um significado simbólico relacionado à libertação do Egito.
O Pentecostes
Esta era a segunda festa do ano e acontecia 50 dias depois da Páscoa, no mês de Sivã (maio-junho). Ela celebrava a colheita das primícias dos cereais e também a entrega da lei de Deus no monte Sinai, 50 dias depois da saída do Egito (Êxodo 19-20). Além disso o Pentecostes era celebrado com ofertas de pães feitos com farinha fina e fermento, além de sacrifícios de animais e libações. Era uma festa de gratidão pela provisão e pela instrução de Deus.
Os Tabernáculos
Ela era a última festa do ano e acontecia no mês de Tisri (setembro-outubro), depois da colheita final das frutas. Ela recordava a peregrinação dos judeus pelo deserto, quando eles moravam em tendas ou cabanas feitas de ramos de árvores (Levítico 23:42-43). Os Tabernáculos era uma festa de alegria pela fidelidade e pela proteção de Deus. Durante sete dias, o povo se hospedava em cabanas e participava de cerimônias no templo, como a iluminação das candeias e a libação da água.
As festas menores
Além das três grandes festas, os judeus celebravam outras quatro festas menores, que não exigiam a peregrinação a Jerusalém, mas que também tinham um significado especial. Essas quatro eram: as Trombetas, o Dia da Expiação, a Dedicação e o Purim.
As Trombetas
Essa era a primeira festa do sétimo mês (Tisri) e marcava o início do ano civil dos judeus. Alíás era um dia de descanso, de tocar trombetas de chifre de carneiro (shofar) e de anunciar o juízo de Deus sobre o seu povo (Levítico 23:23-25). Enfim, era uma festa de arrependimento e de preparação para o Dia da Expiação, que acontecia dez dias depois.
O Dia da Expiação
Esta era o dia mais sagrado do ano e o único em que o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo do templo para fazer expiação pelos pecados de Israel. Ele levava o sangue de um bode e o aspergia sobre o propiciatório, a tampa da arca da aliança, onde se manifestava a glória de Deus (Levítico 16). Ele também enviava outro bode, chamado bode emissário, para o deserto, simbolizando a remoção dos pecados do povo (Levítico 16:21-22). Era um dia de jejum, de confissão e de purificação.
A Dedicação era uma festa que celebrava a purificação e a restauração do templo depois da profanação feita pelo rei sírio Antíoco Epifânio, que colocou uma estátua de Zeus no lugar santo e proibiu a adoração a Deus. Um grupo de judeus liderados por Judas Macabeu se rebelou contra Antíoco e conseguiu retomar o templo em 164 a.C. Eles então limparam e consagraram o templo novamente e acenderam as candeias do candelabro, que milagrosamente duraram oito dias, mesmo tendo óleo suficiente para apenas um dia. A Dedicação era celebrada por oito dias, no mês de Quisleu (novembro-dezembro), com muitas luzes e cânticos (1 Macabeus 4:36-59).
O Purim
era uma festa que comemorava a salvação dos judeus da Pérsia, que estavam ameaçados de extermínio pelo decreto do rei Assuero (Xerxes), instigado pelo seu ministro Hamã. Uma judia chamada Ester, que era esposa do rei, intercedeu pelo seu povo e conseguiu reverter a situação. Hamã foi enforcado na forca que ele tinha preparado para Mardoqueu, primo de Ester, e os judeus puderam se defender dos seus inimigos. O Purim era celebrado por dois dias, no mês de Adar (fevereiro-março), com muita festa, troca de presentes e leitura do livro de Ester (Ester 9:20-32).
A relevância das festas para os cristãos
As festas religiosas dos judeus não são apenas curiosidades históricas ou culturais. Elas têm um profundo significado espiritual para os cristãos, pois revelam aspectos importantes da obra de Deus na história da salvação. Vejamos como cada uma delas se relaciona com Jesus e com a sua igreja.
A Páscoa nos mostra que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29).
Ele morreu na cruz na mesma época em que os judeus sacrificavam os cordeiros pascais, derramando o seu sangue para nos libertar da escravidão do pecado e da morte (1 Coríntios 5:7). Ele também instituiu a ceia do Senhor na noite da Páscoa, como um memorial da sua morte e ressurreição, usando os elementos do Seder: o pão sem fermento, que representa o seu corpo sem pecado; e o vinho, que representa o seu sangue da nova aliança (Mateus 26:26-29).
O Pentecostes nos mostra que Jesus é aquele que derrama o Espírito Santo sobre a sua igreja (Atos 2:33).
Ele cumpriu a promessa do Pai de enviar outro Consolador, que nos ensinaria toda a verdade e nos capacitaria para testemunhar de Cristo (João 14:16-17, 26; 15:26). Então ele inaugurou a nova era do Espírito, em que todos os crentes são selados, habitados e guiados pelo Espírito de Deus (Efésios 1:13; Romanos 8:9, 14). Entretanto ele também formou a sua igreja universal, composta de judeus e gentios de todas as nações, línguas e tribos, que foram batizados pelo mesmo Espírito em um só corpo (1 Coríntios 12:13; Apocalipse 7:9).
As Trombetas nos mostram que Jesus é o Rei que voltará com grande poder e glória (Mateus 24:30-31).
Ele virá com o som de uma trombeta celestial, para arrebatar a sua igreja e julgar o mundo (1 Tessalonicenses 4:16-17; Apocalipse 11:15-18). Ele também cumprirá as profecias do Antigo Testamento sobre a restauração de Israel e o estabelecimento do seu reino milenar na terra (Romanos 11:25-27; Apocalipse 20:4-6).
O Dia da Expiação nos mostra que Jesus é o Sumo Sacerdote que intercede por nós diante de Deus (Hebreus 4:14-16).
Ele entrou no santuário celestial com o seu próprio sangue, obtendo a nossa redenção eterna (Hebreus 9:11-12). Além disso Ele também purifica a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo (Hebreus 9:14). Por fim Ele ainda aparecerá uma segunda vez, sem pecado, para a salvação daqueles que o aguardam (Hebreus 9:28).
Os Tabernáculos nos mostram que Jesus é o Emanuel, Deus conosco (Mateus 1:23).
Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, revelando-nos a glória do Pai (João 1:14). Outrossim Ele também prometeu preparar-nos um lugar na casa do Pai, para onde nos levará quando voltar (João 14:2-3). Por fim Ele ainda habitará conosco para sempre, na nova Jerusalém, onde não haverá mais choro, nem morte, nem dor (Apocalipse 21:3-4).
As festas religiosas dos judeus – Conclusão
Portanto, as festas religiosas dos judeus são uma rica fonte de ensino e edificação para os cristãos. Decerto elas nos ajudam a compreender melhor o plano de Deus para a humanidade e o papel de Jesus como o nosso Salvador e Senhor.
Ademais elas também nos inspiram a celebrar com gratidão e alegria as maravilhas que Deus já fez, está fazendo e fará por nós. Então que possamos aproveitar essas oportunidades para crescermos na graça e no conhecimento de Cristo.
Amém!