Simbolismo e significado da numerologia Bíblica
Você já se perguntou por que alguns números aparecem com frequência na Bíblia? Será que eles têm algum significado especial ou simbólico? A numerologia bíblica é o estudo dos números na Palavra de Deus e de como eles se relacionam com a revelação divina.
Portanto neste artigo, vamos explorar alguns dos principais números bíblicos e seus significados, bem como algumas aplicações práticas para a nossa vida cristã.
O que é a numerologia bíblica?
A numerologia bíblica não é uma ciência exata, nem uma forma de adivinhação ou de prever o futuro. É simplesmente uma forma de reconhecer os padrões e as mensagens que Deus colocou em sua Palavra através dos números. Os números na Bíblia podem ter um valor literal, como a quantidade de pessoas, de dias, de anos, etc., mas também podem ter um valor simbólico, como representar conceitos, qualidades, verdades ou princípios espirituais.
A numerologia bíblica não deve ser confundida com a numerologia oculta, que é uma prática pagã de atribuir poderes mágicos ou místicos aos números. A numerologia bíblica não busca manipular ou controlar as forças sobrenaturais, mas sim entender e apreciar o plano e o propósito de Deus para a sua criação e para a sua redenção.
Como interpretar os números na Bíblia?
Para interpretar os números na Bíblia, devemos levar em conta o contexto histórico, cultural, literário e teológico em que eles aparecem. Não podemos simplesmente atribuir um significado arbitrário ou subjetivo aos números, mas devemos buscar as evidências bíblicas e extrabíblicas que nos ajudem a compreender o seu sentido original e intencional.
Além disso, devemos ter cuidado para não exagerar ou forçar as interpretações numéricas, pois nem todos os números na Bíblia têm um significado simbólico. Às vezes, um número é apenas um número, sem nenhuma implicação espiritual. Por isso, devemos usar a numerologia bíblica com equilíbrio, discernimento e humildade, reconhecendo que ela é apenas uma ferramenta auxiliar e não uma fonte de autoridade ou de revelação.
Quais são os principais números bíblicos e seus significados?
Embora existam muitos números na Bíblia, alguns se destacam por sua frequência, relevância e simbolismo. A seguir, vamos ver alguns dos principais números bíblicos e seus significados:
1 – O número um representa a unidade, a singularidade e a exclusividade de Deus.
Ele é o único Deus verdadeiro, criador de todas as coisas (Dt 6.4; Is 44.6). Além disso Ele é o único Senhor e Salvador, que se revelou em Jesus Cristo (Jo 10.30; 14.6). Ele é o único Espírito Santo, que habita e capacita os seus filhos (Ef 4.4-6). O número um também representa a unidade do povo de Deus, que é chamado a ser um só corpo em Cristo (1 Co 12.12-13).
2 – O número dois representa a dualidade, a diversidade e a complementaridade da criação de Deus.
Ele criou os céus e a terra (Gn 1.1), o dia e a noite (Gn 1.5), o macho e a fêmea (Gn 1.27), etc. Ele também estabeleceu alianças com o seu povo, baseadas em duas partes: as promessas de Deus e as responsabilidades do homem (Gn 17.1-14; Ex 19.5-6). O número dois também representa o testemunho fiel e verdadeiro, pois pela boca de duas ou três testemunhas se estabelece um fato (Dt 19.15; Mt 18.16).
3 – O número três representa a plenitude, a perfeição e a completude da divindade de Deus.
Ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo, três pessoas distintas mas coiguais e coeternas (Mt 28.19; 2 Co 13.13). Ele também é o Deus trino, que opera na história da salvação em três etapas: a criação, a redenção e a consumação (Ef 1.3-14; Ap 21.1-5). O número três também representa a ressurreição de Jesus, que aconteceu ao terceiro dia, conforme as Escrituras (1 Co 15.3-4).
4 – O número quatro representa a universalidade, a abrangência e a totalidade da criação de Deus.
Ele criou os quatro pontos cardeais (Gn 2.10-14), as quatro estações do ano (Gn 8.22), os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo), etc. Ele também governa sobre os quatro cantos da terra, onde estão os seus juízos e as suas bênçãos (Is 11.12; Ap 7.1). O número quatro também representa o evangelho de Jesus, que foi pregado aos quatro ventos, por meio dos quatro evangelistas (Mt, Mc, Lc e Jo).
5 – O número cinco representa a graça, o favor e a bondade de Deus para com o seu povo.
Ele deu cinco pães e dois peixes para alimentar uma multidão de cinco mil homens (Mt 14.17-21). Ele também deu cinco talentos para um servo fiel, que os multiplicou e recebeu a recompensa do seu senhor (Mt 25.14-30). O número cinco também representa a lei de Deus, que foi dada em duas tábuas de pedra, cada uma com cinco mandamentos (Ex 20.1-17).
6 – O número seis representa a imperfeição, a limitação e a falibilidade do homem.
Ele foi criado no sexto dia, juntamente com os animais (Gn 1.24-31). Ele também trabalha seis dias e descansa no sétimo (Ex 20.9-11). O número seis também representa o pecado do homem, que se manifesta na desobediência, na rebeldia e na idolatria (Rm 3.23; 6.23). O número seis é o número da besta, que é o anticristo, o inimigo de Deus e dos seus santos (Ap 13.18).
7 – O número sete representa a perfeição, a plenitude e a completude da obra de Deus.
Ele criou todas as coisas em seis dias e descansou no sétimo, santificando-o como o dia do Senhor (Gn 2.1-3). Ele também selou a sua aliança com Abraão, dando-lhe sete promessas (Gn 12.1-3; 15.18-21). O número sete também representa o cumprimento dos propósitos de Deus na história, que são revelados nos sete selos, nas sete trombetas e nas sete taças do Apocalipse (Ap 5-16).
8 – O número oito representa o novo começo, a renovação e a regeneração da vida em Deus.
Ele ordenou que os meninos fossem circuncidados ao oitavo dia, como sinal da sua aliança com Israel (Gn 17.12). Ele também preservou oito pessoas na arca de Noé, durante o dilúvio que destruiu toda a humanidade ímpia (Gn 7.13; 8.18). O número oito também representa a ressurreição de Jesus, que aconteceu no primeiro dia da semana, depois do sábado (Jo 20.1).
9 – O número nove representa a plenitude, a abundância e a generosidade do amor de Deus para com o seu povo.
Ele multiplicou os cinco pães e os dois peixes em nove cestos cheios de pedaços que sobraram da refeição dos quatro mil homens (Mc 8.19-20). Ele também perdoou os nove leprosos que foram curados por Jesus, mas não voltaram para lhe agradecer (Lc 17.11-19). O número nove também representa o fruto do Espírito Santo, que é produzido na vida dos crentes: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22-23).
10: O número da lei e da aliança
O número 10 aparece várias vezes na Bíblia como um símbolo da lei divina e da aliança entre Deus e o seu povo. Por exemplo, Deus deu a Moisés os Dez Mandamentos no monte Sinai (Êxodo 20:1-17), que são a base da lei moral e do pacto mosaico. Além disso, Deus ordenou que os israelitas pagassem o dízimo, ou seja, a décima parte de seus rendimentos, como uma forma de reconhecer a soberania de Deus e sustentar o serviço sacerdotal (Levítico 27:30-33). O dízimo também era uma expressão de gratidão e fidelidade a Deus, que havia libertado o seu povo da escravidão no Egito (Deuteronômio 26:1-19).
O número 10 também está relacionado à aliança que Deus fez com Abraão, o pai da fé. Deus prometeu a Abraão que ele seria o pai de uma grande nação e que sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas do céu e a areia do mar (Gênesis 15:5; 22:17). Para cumprir essa promessa, Deus pediu a Abraão que circuncidasse todos os seus filhos no oitavo dia após o nascimento, como um sinal da aliança (Gênesis 17:9-14).
A circuncisão era uma forma de separar o povo de Deus dos povos pagãos e de consagrar os seus filhos ao Senhor.
O número 8 representa um novo começo, pois é o resultado da soma de 7 (o número da perfeição) com 1 (o número da unidade). Portanto, a circuncisão no oitavo dia significava que os filhos de Abraão entravam em uma nova relação com Deus, baseada na fé e na obediência. No entanto, para que essa relação fosse completa, era necessário que os filhos de Abraão chegassem à idade da responsabilidade, que era aos 10 anos. Nessa idade, eles deveriam assumir os seus deveres como membros da aliança e guardar os mandamentos de Deus (Gênesis 18:19).
A aplicação prática do número 10 para os cristãos hoje é que devemos reconhecer a autoridade de Deus sobre as nossas vidas e obedecer à sua vontade revelada na Bíblia. Assim como os israelitas deveriam pagar o dízimo como uma forma de honrar a Deus e sustentar o seu reino, nós também devemos contribuir com os nossos recursos para a obra de Deus na terra. Além disso, assim como os filhos de Abraão deveriam ser circuncidados no coração e guardar os mandamentos de Deus, nós também devemos nos arrepender dos nossos pecados e seguir os ensinamentos de Jesus Cristo, que é o cumprimento da lei e da aliança (Mateus 5:17-20).
12: O número do governo divino e do povo escolhido
O número 12 é outro número muito importante na Bíblia, pois representa o governo divino e o povo escolhido por Deus. Por exemplo, Deus escolheu 12 homens para serem os patriarcas das 12 tribos de Israel, que formavam a nação santa e sacerdotal (Gênesis 49:1-28). Essas 12 tribos receberam uma porção da terra prometida por Deus como herança (Josué 13-21). Além disso, Deus ordenou que Moisés construísse um tabernáculo para a sua habitação, que tinha 12 colunas, 12 pedras, 12 pães e 12 espigas (Êxodo 25-27). O tabernáculo era o lugar onde Deus se encontrava com o seu povo e recebia o seu culto.
O número 12 também está relacionado ao governo divino sobre a história e a profecia. Por exemplo, o livro de Daniel revela que Deus tem o controle sobre os reinos do mundo e que ele estabelece e remove os governantes segundo a sua vontade (Daniel 2:20-23). O livro também mostra que Deus tem um plano para o seu povo e para o mundo, que se cumprirá em um período de 70 semanas, ou seja, 490 anos (Daniel 9:24-27). Esse período é dividido em três partes: 7 semanas (49 anos), 62 semanas (434 anos) e 1 semana (7 anos). A soma dessas três partes é igual a 12 x 70, ou seja, o número do governo divino multiplicado pelo número da perfeição.
O número 12 também está relacionado ao povo escolhido por Deus na nova aliança, que é a igreja de Jesus Cristo.
Por exemplo, Jesus escolheu 12 homens para serem os seus apóstolos, que foram as testemunhas oculares da sua vida, morte e ressurreição (Mateus 10:1-4). Esses 12 homens foram os fundadores da igreja primitiva, que se expandiu por todo o mundo (Atos 1:8). Além disso, o livro de Apocalipse revela que a igreja é representada por uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de 12 estrelas na cabeça (Apocalipse 12:1). Essa mulher é a noiva de Cristo, que é perseguida pelo dragão, mas protegida por Deus. O livro também mostra que a igreja é representada por uma cidade santa, chamada Nova Jerusalém, que tem 12 portas, 12 anjos, 12 fundamentos e 12 frutos (Apocalipse 21:9-22:5). Essa cidade é a morada eterna dos salvos, onde reinarão com Cristo para sempre.
A aplicação prática do número 12 para os cristãos hoje é que devemos reconhecer o governo de Deus sobre a nossa história e o nosso destino. Assim como Deus escolheu e preservou o seu povo na antiga aliança, ele também escolheu e preservará o seu povo na nova aliança. Nós somos parte da igreja de Cristo, que é o seu corpo e a sua noiva. Portanto Nós temos uma herança celestial reservada para nós, que ninguém pode nos tirar. Nós devemos viver como cidadãos do céu, esperando pela volta de Cristo, que nos levará para a Nova Jerusalém.
40: O número da provação e da preparação
O número 40 é outro número muito significativo na Bíblia, pois representa o tempo de provação e de preparação para um novo começo. Por exemplo, Deus enviou o dilúvio sobre a terra por causa da maldade da humanidade, e as águas prevaleceram sobre a terra por 40 dias e 40 noites (Gênesis 7:4; 7:17). No entanto, Deus preservou Noé e sua família na arca, e depois fez uma aliança com eles e com toda a criação (Gênesis 8:1-9:17). O dilúvio foi um juízo de Deus sobre o pecado, mas também uma oportunidade de recomeço para a humanidade.
O número 40 também está relacionado ao tempo de provação e de preparação do povo de Israel no deserto. Por causa da incredulidade dos israelitas em entrar na terra prometida, Deus os fez vagar pelo deserto por 40 anos, até que toda aquela geração morresse (Números 14:26-35). No entanto, Deus não abandonou o seu povo no deserto, mas o sustentou com maná, água e nuvem (Êxodo 16:1-36; Números 20:1-13; Êxodo 13:21-22). O deserto foi um tempo de provação para os israelitas
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Você confia em Deus mesmo quando ele pede algo difícil? Então você obedece a Deus mesmo quando ele parece demorar em cumprir sua promessa? Aliás, você entrega a Deus tudo o que você tem e é? Ou você reconhece que Jesus é o Cordeiro de Deus que morreu por você?
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