Qual foi a primeira pergunta na Bíblia?
A Bíblia é um livro cheio de perguntas. Algumas são feitas por Deus, outras pelos homens, e algumas até pelos anjos. As perguntas podem revelar muito sobre o caráter, os propósitos e os planos de quem as faz e de quem as responde. Por isso, é importante estudarmos as perguntas bíblicas e as suas implicações para a nossa vida.
Mas qual foi a primeira pergunta na Bíblia? Quem a fez, para quem e por quê? E qual foi a resposta? E o que isso tem a ver conosco hoje? Essas são algumas das questões que vamos explorar neste artigo. Acompanhe com atenção!
O contexto histórico e geográfico da primeira pergunta
A primeira pergunta na Bíblia está registrada no livro de Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. Gênesis narra a origem do universo, da vida, do homem e do pecado. O livro se divide em duas partes principais: os capítulos 1 a 11, que tratam da história primitiva da humanidade, e os capítulos 12 a 50, que tratam da história dos patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó e José).
A primeira pergunta na Bíblia aparece no capítulo 3, que relata a queda do homem em pecado. Esse capítulo é fundamental para entendermos a condição humana, a natureza do mal e a necessidade da salvação.
O cenário da primeira pergunta é o jardim do Éden, um lugar paradisíaco criado por Deus para abrigar o homem e a mulher que Ele havia feito à sua imagem e semelhança (Gn 1.26-27). O jardim era rico em árvores frutíferas, rios e animais. Deus colocou o homem no jardim para cultivá-lo e guardá-lo (Gn 2.15). Ele também lhe deu uma ordem: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17).
Deus também viu que não era bom que o homem estivesse só e lhe fez uma auxiliadora idônea: a mulher (Gn 2.18-25). O homem e a mulher viviam em harmonia com Deus, com a natureza e entre si. Eles estavam nus e não se envergonhavam (Gn 2.25).
O autor da primeira pergunta e o seu propósito
A primeira pergunta na Bíblia foi feita por um personagem inesperado: a serpente. A serpente era um dos animais que Deus havia criado, mas ela era diferente dos outros. Ela era astuta, mais do que todos os animais do campo (Gn 3.1). Ela também era possuída por Satanás, o inimigo de Deus e dos homens (Ap 12.9; 20.2).
A serpente se aproximou da mulher e lhe fez a seguinte pergunta: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3.1). Essa pergunta parece inocente, mas na verdade é uma armadilha. A serpente queria induzir a mulher ao pecado, duvidando da bondade, da autoridade e da veracidade de Deus.
A pergunta da serpente tem três características que revelam o seu propósito maligno:
– Ela é uma distorção da ordem de Deus. Deus havia dito ao homem que ele podia comer de toda árvore do jardim, exceto uma. A serpente inverteu a ordem e sugeriu que Deus havia proibido comer de toda árvore, exceto uma. Assim, ela fez parecer que Deus era severo e limitador, e não generoso e provedor.
– Ela é uma insinuação da dúvida. A serpente usou uma forma interrogativa para questionar a palavra de Deus. Ela não afirmou que Deus havia mentido, mas colocou em dúvida se Ele havia realmente dito o que disse. Assim, ela fez parecer que Deus era ambíguo e incerto, e não claro e confiável.
– Ela é uma provocação do desejo. A serpente sabia que a mulher tinha visto a árvore do conhecimento do bem e do mal e que ela era atraente aos olhos, boa para se comer e desejável para dar entendimento (Gn 3.6). Ao perguntar se Deus havia proibido comer de toda árvore, a serpente despertou na mulher o desejo de desobedecer a Deus e de se tornar independente dele. Assim, ela fez parecer que Deus era opressor e tirano, e não amoroso e soberano.
A resposta da mulher e a consequência do pecado
A mulher, infelizmente, caiu na armadilha da serpente. Ela respondeu à pergunta da serpente da seguinte forma: “Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais” (Gn 3.2-3).
A resposta da mulher tem dois problemas que revelam a sua vulnerabilidade ao pecado:
– Ela minimizou a graça de Deus.
A mulher omitiu a palavra “livremente” que Deus havia usado para permitir o homem de comer de toda árvore do jardim (Gn 2.16). Ela também acrescentou a proibição de tocar no fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que Deus não havia dito (Gn 2.17). Assim, ela diminuiu a liberdade e a generosidade de Deus e aumentou a restrição e a severidade de Deus.
– Ela duvidou da palavra de Deus.
A mulher usou o verbo “morrer” no futuro do subjuntivo, que indica uma possibilidade, e não uma certeza. Ela também usou o pronome “que”, que indica uma condição, e não uma consequência. Assim, ela questionou a veracidade e a autoridade de Deus e sugeriu que Ele poderia estar enganado ou exagerando.
Qual foi a primeira pergunta na Bíblia? – A serpente
A serpente, vendo que a mulher estava vacilando, aproveitou para contradizer abertamente a palavra de Deus: “É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn 3.4-5). A serpente mentiu sobre a morte e seduziu sobre o conhecimento. Ela prometeu à mulher algo que ela já tinha: ser como Deus (Gn 1.26-27). Mas ela omitiu algo que ela perderia: a comunhão com Deus.
A mulher, então, cedeu à tentação e comeu do fruto proibido. Ela também deu ao seu marido, que estava com ela, e ele comeu (Gn 3.6). Nesse momento, o pecado entrou no mundo e trouxe consigo a morte (Rm 5.12). O pecado afetou todas as áreas da vida humana:
– A relação com Deus foi rompida. O homem e a mulher se esconderam da presença de Deus entre as árvores do jardim (Gn 3.8). Eles sentiram medo, vergonha e culpa diante de Deus (Gn 3.9-10).
– A relação consigo mesmo foi corrompida. O homem e a mulher perceberam que estavam nus e coseram folhas de figueira para se cobrirem (Gn 3.7). Eles perderam a inocência, a pureza e a dignidade que tinham diante de si mesmos.
– A relação com o próximo foi prejudicada. O homem acusou a mulher de ser a responsável pelo seu pecado, a mulher de ser a responsável pelo seu pecado, e ela por sua vez culpou a serpente (Gn 3.12-13). A confiança e a comunhão entre o homem e a mulher foram quebradas, dando lugar à culpa, à desconfiança e ao distanciamento.
Qual foi a primeira pergunta na Bíblia? – Consequências
Essas consequências do pecado são evidências claras do seu impacto devastador na vida humana. No entanto, mesmo diante desse cenário sombrio, há esperança. Deus, em sua infinita graça e misericórdia, providenciou um plano de redenção por meio de Jesus Cristo. Através da morte e ressurreição de Jesus, o relacionamento com Deus pode ser restaurado, a paz consigo mesmo pode ser encontrada e a reconciliação com os outros pode ser alcançada.
Portanto, embora o pecado tenha trazido consequências dolorosas e profundas, a mensagem do evangelho nos oferece a esperança de uma vida transformada e restaurada em Cristo. Através do arrependimento, da fé e do perdão em Jesus, podemos experimentar a libertação do poder do pecado e a renovação de todas as áreas da nossa vida. Que possamos, então, abraçar essa esperança com gratidão e viver em conformidade com a vontade de Deus, buscando a santidade e a restauração em todas as áreas das nossas vidas.