Como Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém?
Você já se perguntou como Neemias conseguiu realizar a incrível façanha de reconstruir os muros de Jerusalém em apenas 52 dias?
Neste post, vamos explorar alguns aspectos históricos, geográficos, teológicos e práticos dessa narrativa bíblica que nos inspira a confiar em Deus e a agir com coragem e fé.
Contexto histórico
Neemias viveu no século V a.C., durante o período do cativeiro babilônico dos judeus. Ele era copeiro do rei Artaxerxes, o governante persa que havia conquistado a Babilônia e permitido que alguns judeus retornassem à sua terra natal. Neemias, porém, permaneceu na corte persa, servindo ao rei com lealdade e fidelidade.
Um dia, ele recebeu a visita de seu irmão Hanani, que lhe trouxe más notícias sobre a situação de Jerusalém: “Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo.” (Neemias 1:3)
Essas palavras partiram o coração de Neemias, que amava profundamente a sua pátria e o seu povo. Ele começou a chorar, jejuar e orar a Deus, pedindo perdão pelos pecados de Israel e implorando que o Senhor lhe desse favor diante do rei para que ele pudesse ir a Jerusalém e reconstruir os muros da cidade. (Neemias 1:4-11)
Deus ouviu a oração de Neemias e lhe concedeu uma oportunidade de falar com o rei sobre o seu desejo. O rei Artaxerxes se compadeceu de Neemias e lhe deu autorização para viajar a Jerusalém, além de providenciar cartas para garantir a sua segurança e os recursos necessários para a obra. (Neemias 2:1-9)
Contexto geográfico
Jerusalém era uma cidade estratégica na região do Oriente Médio, situada nas montanhas da Judeia, entre o mar Mediterrâneo e o mar Morto. Ela era cercada por três vales: o vale do Cedrom, ao leste; o vale do Hinom, ao sul; e o vale do Tiropeom, ao oeste. Esses vales formavam uma defesa natural contra possíveis invasores.
Os muros de Jerusalém tinham cerca de 4 quilômetros de extensão e variavam entre 2,5 e 5 metros de altura. Eles eram feitos de pedras grandes e argamassa, e tinham várias portas que davam acesso à cidade. Além disso as portas tinham nomes significativos, como a Porta das Ovelhas, pela qual entravam os animais para o sacrifício; a Porta do Peixe, onde se vendia o pescado; a Porta Velha, que era a mais antiga; a Porta do Vale, que dava para o vale do Hinom; a Porta do Monturo, onde se jogava o lixo; a Porta da Fonte, que ficava perto da fonte de Giom; a Porta das Águas, por onde passava o aqueduto; a Porta dos Cavalos, onde ficavam os estábulos reais; a Porta Oriental, que apontava para o monte das Oliveiras; e a Porta de Mifcade, que significa inspeção ou julgamento.
Os muros de Jerusalém tinham sido destruídos pelos babilônios em 586 a.C., quando eles invadiram a cidade e levaram os judeus cativos. Desde então, eles permaneciam em ruínas, deixando a cidade vulnerável aos ataques dos inimigos e ao desprezo dos vizinhos.
A obra de reconstrução
Quando Neemias chegou a Jerusalém, ele fez uma inspeção noturna dos muros, acompanhado de alguns homens. Então ele viu com os seus próprios olhos a situação calamitosa da cidade e se encheu de determinação para iniciar a obra de reconstrução. Ele convocou os líderes e os habitantes de Jerusalém e lhes disse: “Vinde, e edifiquemos o muro de Jerusalém, e não estejamos mais em opróbrio.” (Neemias 2:17)
O povo se animou com as palavras de Neemias e se dispôs a trabalhar. Eles se organizaram em grupos, cada um responsável por uma seção do muro ou por uma porta. Eles trabalhavam com afinco, sob a liderança e a supervisão de Neemias, que os incentivava e os orientava.
No entanto, a obra enfrentou muita oposição e resistência por parte dos inimigos de Israel, especialmente Sambalate, Tobias e Gesém, que zombavam, ameaçavam e conspiravam contra os judeus. Eles tentaram desanimar, intimidar e sabotar o trabalho, mas Neemias não se deixou abalar. Ele confiou em Deus e tomou medidas práticas para proteger a obra e o povo. Logo após ele ordenou que os trabalhadores ficassem armados e vigiassem uns aos outros. Então também estabeleceu um sistema de alerta com trombetas, para que todos pudessem se reunir em caso de ataque. Por fim, ele declarou: “Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa.” (Neemias 4:14)
Além da oposição externa
Neemias também teve que lidar com alguns problemas internos, como a exploração dos pobres pelos ricos, a fome, a dívida e a escravidão. Ele agiu com justiça e misericórdia, repreendendo os opressores e aliviando os oprimidos. Ademais ele também deu o exemplo de generosidade e desprendimento, não cobrando impostos nem se aproveitando da sua posição de governador. Então ele disse: “O temor de Deus estava sobre mim.” (Neemias 5:15)
Entretanto apesar de todas as dificuldades, Neemias e o povo conseguiram terminar a obra de reconstrução dos muros em apenas 52 dias, para a glória de Deus e para o espanto dos inimigos. Eles celebraram com grande alegria e gratidão, louvando a Deus com cânticos e instrumentos. Então eles também ouviram atentamente a leitura da Lei de Moisés, feita pelo sacerdote Esdras, e se arrependeram dos seus pecados. Logo após eles renovaram a sua aliança com Deus e se comprometeram a obedecer aos seus mandamentos. Contudo eles fizeram uma grande festa, chamada Festa dos Tabernáculos, lembrando-se da libertação do Egito e da peregrinação no deserto. Por fim eles se alegraram no Senhor, que era a sua força.
Aplicação prática
A história de Neemias nos ensina muitas lições valiosas para a nossa vida cristã. Vejamos algumas delas:
– Devemos ter um coração sensível às necessidades do povo de Deus e da obra de Deus. Neemias se importou com a situação de Jerusalém e do seu povo, e decidiu fazer algo para mudar essa realidade. Ele não ficou indiferente nem se conformou com o status quo. Ele se envolveu pessoalmente na obra de Deus.
– Devemos buscar a Deus em oração antes de tomar qualquer decisão ou iniciativa. Neemias orou fervorosamente a Deus, pedindo-lhe direção, sabedoria, proteção e provisão para a obra. Ele reconheceu a sua dependência de Deus e a sua necessidade da sua graça. Ele não confiou na sua própria força ou inteligência.
– Devemos agir com fé e coragem diante dos desafios e das oportunidades que Deus nos dá. Neemias aproveitou a ocasião que Deus lhe abriu para falar com o rei sobre o seu projeto. Ele não teve medo nem hesitou em pedir o que precisava para realizar a obra. Ele foi ousado e confiante.
– Devemos trabalhar com dedicação e cooperação na obra de Deus. Neemias mobilizou homens de Jericó (25km de Jerusalém). Assim os homens trbalhavam motivados por estarem próximos de suas casas, podendoprotejer suas famílias.
Como Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém?
A história inspirada de Neemias destaca princípios cruciais para a vida cristã, oferecendo lições práticas e espirituais. Neemias, um líder exemplar, ilustra a importância de um coração especial às necessidades divinas, a busca fervorosa de orientação divina por meio da oração, a coragem ao enfrentar desafios com fé, e a dedicação colaborativa na execução da obra de Deus.
Um exemplo de fé e ousadia que podemos usar para fortalecer nossa jornada espiritual e contribuir para a edificação do Reino.
Quais eram as principais leis judaicas?
As leis judaicas são uma fonte rica de conhecimento e sabedoria para os cristãos. Elas nos ajudam a entender melhor quem é Deus, quem somos nós e como devemos viver neste mundo. Elas também nos apontam para Cristo, que é o centro e o cumprimento da lei de Deus.
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