A jornada de Abraão, o pai da fé
Abraão é um dos personagens mais importantes da Bíblia, pois foi por meio dele que Deus estabeleceu uma aliança com o povo de Israel e prometeu enviar o Salvador para todas as nações. Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a vida e a fé de Abraão, e como ele se tornou o pai de uma multidão.
Quem foi Abraão?
Abraão nasceu em Ur dos Caldeus, uma cidade da antiga Mesopotâmia, por volta do início do segundo milênio antes de Cristo. Seu nome original era Abrão, que significa “pai exaltado” ou “grande pai”. Ele era filho de Terá, um homem idólatra que adorava o deus da lua. Abraão se casou com Sarai, sua meia-irmã, que era estéril.
Deus escolheu Abraão para ser o líder dos povos semitas e o chamou para sair de sua terra e de sua parentela, e ir para uma terra que Ele lhe mostraria. Deus prometeu a Abraão que faria dele uma grande nação, que abençoaria todos os povos da terra por meio dele, e que lhe daria a terra de Canaã como herança. Essa promessa estava relacionada à vinda de Jesus Cristo, o descendente de Abraão que traria salvação para todos os que cressem nele.
Abraão obedeceu à voz de Deus
Abraão partiu com sua esposa, seu sobrinho Ló, seus servos e seus bens em direção à terra prometida. Ele tinha 75 anos quando iniciou sua jornada. Ele chegou à Palestina e acampou nas proximidades de Betel, Hebrom e Berseba. Por causa de uma fome na terra, ele desceu ao Egito, onde mentiu sobre sua esposa para se proteger do faraó. Deus castigou o faraó e sua casa por causa de Sarai, e mandou que Abraão saísse do Egito com tudo o que tinha.
Abraão voltou para Betel, mas como ele e Ló eram muito ricos, houve conflito entre seus pastores por causa da terra. Abraão propôs a Ló que se separassem, e lhe deu a escolha de qual parte da terra queria habitar. Ló escolheu as campinas do Jordão, onde estavam as cidades pecaminosas de Sodoma e Gomorra. Abraão ficou nas montanhas de Manre (Hebrom), onde Deus renovou sua aliança com ele e lhe mostrou os limites da terra que lhe daria.
A fé de Abraão
Abraão é chamado na Bíblia de “o pai da fé”, pois ele creu nas promessas de Deus mesmo quando elas pareciam impossíveis. Ele esperou pacientemente pelo cumprimento da promessa de um filho, mesmo sendo idoso e tendo uma esposa estéril. Além disso ele confiou em Deus quando teve que enfrentar inimigos poderosos, como os reis que capturaram seu sobrinho Ló. Por fim ele adorou a Deus quando recebeu bênçãos abundantes, como a riqueza material e a proteção divina.
Um dos episódios mais marcantes da fé de Abraão foi quando Deus mudou seu nome de Abrão para Abraão, que significa “pai de muitos” ou “pai de uma multidão”. Nessa ocasião, Deus também mudou o nome de Sarai para Sara, que significa “princesa”. Deus estabeleceu com Abraão o sinal da circuncisão como símbolo da aliança entre eles. Deus também anunciou que Sara teria um filho no ano seguinte, mesmo sendo ela já muito idosa.
Abraão riu diante dessa notícia, pois achava incrível que ele e Sara pudessem gerar um filho na velhice. Mas ele não duvidou do poder de Deus, e fez conforme Ele ordenou: circuncidou-se a si mesmo e a todos os homens de sua casa. Ele também circuncidou Ismael, seu filho com Hagar, a serva egípcia de Sara. Ismael nasceu quando Abraão tinha 86 anos, por sugestão de Sara, que queria dar um herdeiro a seu marido. Mas Ismael não era o filho da promessa, e sim Isaque, que nasceu quando Abraão tinha 100 anos e Sara 90.
O teste da fé de Abraão
Deus provou a fé de Abraão de uma forma extraordinária: pediu que ele sacrificasse seu filho Isaque no monte Moriá. Abraão não hesitou em obedecer a Deus, mesmo sabendo que Isaque era o filho da promessa e o amava muito. Ele levou Isaque, lenha, fogo e uma faca, e subiu ao monte. Ele amarrou Isaque sobre o altar e levantou a faca para imolá-lo. Mas Deus interveio e impediu que Abraão matasse seu filho. Deus proveu um carneiro para o sacrifício em lugar de Isaque.
Deus ficou muito satisfeito com a obediência de Abraão, e lhe disse: “Porquanto fizeste isto, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz” (Gênesis 22:16-18).
A descendência de Abraão
Abraão viveu até os 175 anos, e foi sepultado na caverna de Macpela, em Hebrom, ao lado de sua esposa Sara, que morreu aos 127 anos. Antes de morrer, Abraão providenciou uma esposa para Isaque: Rebeca, filha de Betuel, seu sobrinho. Isaque gerou dois filhos com Rebeca: Esaú e Jacó. Jacó foi escolhido por Deus para ser o herdeiro da promessa, e teve seu nome mudado para Israel. Israel teve doze filhos, que se tornaram os patriarcas das doze tribos de Israel.
Abraão também se casou novamente depois da morte de Sara, com Quetura, e teve seis filhos com ela: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. Esses filhos deram origem a outros povos, como os midianitas e os ismaelitas. Abraão enviou esses filhos para longe de Isaque, mas lhes deu presentes. Ele também abençoou Ismael, seu filho com Hagar, que se tornou pai de doze príncipes.
A jornada de Abraão, o pai da fé
A história de Abraão é um exemplo de fé em Deus e de obediência à sua vontade. Por meio dele, Deus formou um povo especial para si mesmo: o povo de Israel. Por meio dele também, Deus trouxe ao mundo o Salvador prometido: Jesus Cristo. Jesus é o descendente de Abraão por quem todas as nações da terra são abençoadas. Quem crê em Jesus é considerado filho de Abraão pela fé (Gálatas 3:7). Assim como Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado como justiça (Gênesis 15:6), quem crê em Jesus recebe a justiça de Deus pela graça (Romanos 3:24).
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