Como Jonas foi engolido por um grande peixe?
Você já se perguntou como foi possível que Jonas, um profeta de Deus, fosse engolido por um grande peixe e sobrevivesse por três dias e três noites dentro dele? Essa é uma das histórias mais fascinantes e misteriosas da Bíblia, que nos ensina muito sobre a soberania de Deus, a obediência humana e a misericórdia divina.
Então neste artigo, vamos explorar alguns aspectos teológicos, históricos, geológicos e geográficos dessa narrativa, e também ver como podemos aplicar suas lições em nossa vida hoje.
O contexto histórico e geográfico de Jonas
Jonas foi um profeta que viveu no século VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II em Israel. Ele era filho de Amitai, e sua cidade natal era Gate-Hefer, na região da Galileia (2 Reis 14:25). Ele recebeu de Deus a missão de ir à cidade de Nínive, capital do império assírio, e pregar contra ela, anunciando sua destruição por causa de sua maldade (Jonas 1:1-2).
Nínive era uma das maiores e mais poderosas cidades da época, com cerca de 120 mil habitantes (Jonas 4:11). Ela ficava às margens do rio Tigre, na atual região do Iraque. Os assírios eram um povo cruel e violento, que oprimia e saqueava as nações vizinhas, inclusive Israel. Eles eram idólatras, adorando vários deuses pagãos, como Assur, Ishtar e Ninurta.
Jonas, porém, não quis obedecer à ordem divina, e tentou fugir para Társis, uma cidade localizada no extremo oeste do mar Mediterrâneo, provavelmente na atual Espanha. Ele embarcou em um navio em Jope, um porto na costa da Palestina (Jonas 1:3). Ele pensava que assim poderia escapar da presença de Deus e da responsabilidade de pregar aos seus inimigos.
A tempestade e o grande peixe
Mas Deus não desistiu de Jonas, e enviou uma grande tempestade sobre o mar, que ameaçava afundar o navio em que ele estava. Os marinheiros ficaram apavorados, e cada um clamava ao seu deus. Eles também lançaram sortes para descobrir quem era o culpado pela calamidade. A sorte caiu sobre Jonas, que estava dormindo no porão do navio (Jonas 1:4-7).
Jonas confessou que ele era um hebreu que servia ao Deus vivo, que fez o céu e a terra. Ele admitiu que estava fugindo de Deus, e disse aos marinheiros que eles deveriam lançá-lo ao mar para acalmar a tempestade. Os marinheiros relutaram em fazer isso, mas viram que não havia outra saída. Eles oraram ao Deus de Jonas para que não os culpasse pelo sangue inocente, e jogaram Jonas ao mar. Imediatamente, a tempestade cessou (Jonas 1:8-16).
Mas Deus não deixou Jonas morrer afogado. Ele preparou um grande peixe para engolir Jonas. O profeta ficou dentro do peixe por três dias e três noites (Jonas 1:17). Durante esse tempo, ele orou a Deus com fervor, reconhecendo seu pecado e sua necessidade de salvação. Ele louvou a Deus pela sua misericórdia e prometeu cumprir seus votos (Jonas 2:1-9). Então, Deus ordenou ao peixe que vomitasse Jonas na terra seca (Jonas 2:10).
A pregação em Nínive e a reação de Jonas
Depois dessa experiência extraordinária, Jonas recebeu novamente a ordem de Deus para ir a Nínive e pregar contra ela. Desta vez, ele obedeceu e foi até lá. Ele percorreu a cidade por um dia, proclamando: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída” (Jonas 3:4). Para sua surpresa, os ninivitas creram na mensagem de Deus e se arrependeram de seus pecados. Eles proclamaram um jejum, vestiram-se de pano de saco, e até mesmo o rei se humilhou diante de Deus, ordenando que todos se voltassem do mal e da violência (Jonas 3:5-9).
Deus viu a sinceridade do arrependimento dos ninivitas, e decidiu não destruir a cidade. Ele teve compaixão e misericórdia deles, pois eram pessoas que não conheciam a verdadeira vontade de Deus (Jonas 4:11). Mas Jonas não ficou feliz com isso. Ele ficou irado e ressentido com Deus, pois achava que Ele era injusto em perdoar os seus inimigos. Ele preferia morrer do que ver a graça de Deus se estender aos assírios (Jonas 4:1-3).
Jonas saiu da cidade e se sentou em um lugar onde podia ver o que aconteceria com ela. Deus fez nascer uma planta que lhe deu sombra e alívio do calor. Jonas ficou contente com a planta, mas no dia seguinte Deus enviou um verme que a secou. Depois, Deus mandou um vento oriental quente e abrasador, que fez Jonas desmaiar de calor. Jonas novamente desejou morrer, e reclamou com Deus pela sua situação (Jonas 4:5-8).
Então, Deus confrontou Jonas com uma pergunta: “Você tem alguma razão para estar com raiva por causa da planta?” Jonas respondeu que sim, que tinha muita raiva. Deus então lhe disse: “Você se preocupa com uma planta que não custou nenhum trabalho nem fez crescer; que numa noite nasceu e numa noite morreu. E eu não deveria ter pena da grande cidade de Nínive, onde vivem mais de cento e vinte mil seres humanos que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos animais?” (Jonas 4:9-11).
A aplicação prática da história de Jonas
A história de Jonas nos ensina muitas coisas sobre o caráter de Deus e o nosso dever como seus servos. Vejamos algumas delas:
– Deus é soberano sobre toda a criação. Ele controla o vento, o mar, o peixe, a planta, o verme e o vento oriental. Ele também conhece o coração dos homens, e pode mudar seus planos conforme sua vontade. Nada escapa ao seu domínio e propósito.
– Deus é misericordioso e compassivo com os pecadores. Ele não deseja a morte dos ímpios, mas que eles se arrependam e vivam (Ezequiel 18:23). Entretanto Ele oferece sua graça a todos os povos, sem distinção de raça, cultura ou religião. Por fim Ele é paciente e longânimo, dando oportunidade para que todos se voltem para ele.
– Deus é fiel e cumpre suas promessas. Ele não se esqueceu de Jonas, mesmo quando ele fugiu dele. Deus o preservou da morte e o restaurou ao seu ministério. Ele também cumpriu sua palavra aos ninivitas, poupando-os da destruição quando eles se arrependeram.
– Nós devemos obedecer à vontade de Deus, mesmo quando não entendemos ou concordamos com ela. Jonas tentou fugir de Deus, mas isso só lhe trouxe sofrimento e angústia. Ele também questionou a bondade de Deus, mas isso só revelou sua dureza de coração e falta de amor pelo próximo. Nós devemos confiar em Deus e fazer o que ele nos manda, pois ele sabe o que é melhor para nós e para os outros.
– Nós devemos ter compaixão e amor pelos perdidos. Jonas não se importava com os ninivitas, mas apenas consigo mesmo. Ele não queria que eles fossem salvos, mas condenados. Ele não tinha a mesma mente de Deus, que amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho unigênito para morrer pelos pecadores (João 3:16). Nós devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que se esvaziou a si mesmo e se humilhou até à morte de cruz para nos reconciliar com Deus (Filipenses 2:5-8).
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Você confia em Deus mesmo quando ele pede algo difícil? Então você obedece a Deus mesmo quando ele parece demorar em cumprir sua promessa? Aliás, você entrega a Deus tudo o que você tem e é? Ou você reconhece que Jesus é o Cordeiro de Deus que morreu por você?
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